...mas de peito aberto para o interior, nesta cirurgia delicada que é analisar o que sinto. Coser com cuidado estas lágrimas que se exprimem de uma forma que eu nunca serei capaz de verbalizar. Nesta viagem à beira-mar, as palavras tendem a não sair, a não se organizar, às vezes oiço-me e sim apetece virar costas ao mundo, olhar o mar e ficar ali apenas a existir sem preocupações.
Tenho dificuldade em olhar-me, em ver-me. A tendência não é ser generosa comigo. Sou como uma lupa que põe em evidência o que não me orgulho, as escolhas, os fracassos e disparates. Como se isso me definisse, como se existir na perfeição que se almeja definisse alguém ou até fosse possível existir imaculadamente sem falhar.
Porque é tão difícil para mim?
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