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26/09/2017

E se eu morresse amanhã?

E se eu morresse amanhã?
Ficarias alegre ou triste?
Dirias que tenho aproveitado a vida?
O que me teria ficado por dizer?

E se eu morresse amanhã?
Morreria alegre?
Terei aproveitado a vida?
O que teria ficado por dizer?

LucieLu, quem és tu?

11/09/2017

V Cartas a Sofia

Deixo-te as palavras do estimado Álvaro de Campos, d'O Poema em Linha Reta.

Porque sinto empatia por essa auto sabotagem. Por este julgar-nos dormentes quando estes pensamentos nos assolam precisamente porque não conseguimos dormir...

"Nunca conheci quem tivesse levado porrada
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irresponsavelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infama da vileza."

E para ti,

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02/09/2017

Carta aberta à blogosfera

Lisboa, 2 de setembro de 2017

Querida blogosfera,

Não sei porque apaixono diariamente por blogues. Talvez seja por a vida editada e partilhada ser tão bonita. Talvez seja movida pelo sonho que um dia vou descobrir e partilhar as coisas bonitas da minha vida. Talvez seja por intuir que há por aí muito boa gente a escrever bonito à espera que eu a descubra.

Compreendo que desde que ingressei no mundo dos blogues, algures em 2005, muita coisa já mudou. Os blogues profissionalizaram-se. Mas no final do dia, para mim, o que "ganha" é blogue simples, sem muitos rococós e cheio de histórias interessantes para ler (e sem pontapés na ortografia!)

Ainda assim acredito que o simples dá muito trabalho. Que o mundo dos blogues está cheio de pessoas interessantes para conhecer. E que o networking entre bloggers põe a descoberto o nosso potencial, e é tão incrível ver o que é possível fazer quando pessoas do mesmo comprimento de onda se juntam e fazem acontecer.

Desculpa se por vezes sou apenas um visitante, quando até tenho algum comentário a fazer. Desculpa por às vezes me fartar, e marcar tudo como lido, mas há dias em que parece mais do mesmo. Desculpa se muitas vezes deixo os posts a marinar tempos infinitos na minha cabeça, tanto que deixam de fazer sentido. Desculpa se te troco as voltas e de hoje para amanhã mudo o nome do blogue... Mas eu própria sou mudança...

Obrigada por me mostrares que o mundo não é só aquilo que vejo e interpreto. Contigo descobri novas formas de existir, de pensar. Obrigada por tudo o que me ensinas todos os dias. Obrigada por me tricotares à vida de outros bloggers de uma forma tão única e especial. A sério, obrigada de coração.

Blogosfera, não morras nunca.

Gosto muito de ti,
Um beijinho,
Lucie Lu



01/09/2017

Red Nose

Não tenho memórias de circos, palhaços na arena. O mais perto da infância que tenho é um Batatoon & Companhia na televisão. Os narizes de palhaço entram tarde na minha vida. A paixão pel'O Nariz Vermelho chega pelos olhos do Pedro com o Red Nose. Pergunto-me se continuará a andar com o nariz de palhaço na mala. E longe de casa, quando estava a fazer Erasmus na Bélgica, chega-me o 1º nariz de palhaço oferecido pelo Pedro e as minhas fotografias de turista/residente não puderam ficar indiferentes:

Fotografias: Cláudia Costa - 2008

E o nariz passa a fazer sentido para mim. É inesperado e faz rir.
Durante o estágio de Pré-Escolar até me vesti de palhaço. E fiz o básico, disparates atrás de disparates, um pouco de malabarismo e os risos apareciam e dobravam-se... e os olhares felizes instalavam-se... e brincava-se... e eu já não era eu... ou era ainda mais eu?
E os narizes a permanecerem na minha vida... A Adriana lembra-se de narizes vermelhos e lembra-se de mim. Ofereceu-me o livro da Operação Nariz Vermelho: Tudo na Ponta do Nariz e 2 narizes de palhaço. E foi então que fui buscar os que já tinha para tirar uma fotografia a agradecer. Percebi que os narizes formam já uma pequena coleção. E que apesar de serem poucos guardam muitas histórias e sorrisos.
E o último encontro com estes pontos vermelhos aconteceu no ano passado, pelas mãos do Rodrigo e do Ricardo. Apresentaram exercícios de clown: exigentes, difíceis e desconfortáveis, mas foi um espaço tão bom para poder expressar aquilo que há cá dentro. E o confronto com o fracasso do palhaço! Como procurar o sucesso? Desistir? Recriar? Explorar o desconforto?
Senti-me protegida pelo pequeno ponto vermelho mas não construi a coragem que queria. A minha palhaça é envergonhada e cheia de medos... E às vezes esquece-se de respirar!
:o)
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