Espero-te, na estação de Sete Rios, como quem espera um comboio. Um comboio não anunciado que dará entrada na linha número 1 e me apanhará de surpresa.
Espero-te, na esperança vã que me tragas as respostas às perguntas que te faço baixinho.
Espero-te, de telemóvel na mão, na procura de alguma coisa para me entreter... Ainda demoras?
Espero-te, a bater o pé no chão, as pernas a tremer e o coração aos pulos. Sei que deves estar a chegar...
Espero-te, mas a verdade é que vais chegando todos os dias mais um bocadinho.
Espero-te, sem bilhete, sem destino, mas disposta a viajar.
Não sei porque te espero, se tudo me diz que não é preciso esperar, basta pôr-me a caminho.
Vejo-te ao fundo, com passo seguro e sorriso no olhar.
Lúcia, és tu?