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17/10/2018

VII Cartas a Sofia

Querida Sofia,

Estamos longe. Os nossos dias por vezes geograficamente perto sentimos que vivem a anos-luz. A distância é encurtada num comentário, num like, ou talvez apenas num sorriso por vermos que a outra ainda respira e vai sorrindo também.
Tenho saudades da beira da tua piscina encostada a um pomar de histórias, tenho saudades de um sushi molhado em conversas e abraços. Desfiamos os dias, entre silêncios e músicas.
Gosto tanto de te ler, de te sentir amor em tudo quanto fazes. Pergunto-me se já escreveste "O livro que não existe", ou se vai ficar permanentemente correto esse título roubado a restaurante lá para os lados do Beato.
Combinamos ver-nos em breve? Antes das lareiras acesas? Antes dos casacos resgatados?
Deixo-te como sempre com um poema e uma música para cumprir a regra de Charles Darwin. Ainda te lembras como isto tudo começou?

AUTO-RETRATO de Natália Correia

Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.

Para ti, os auspício dos dias que escolhermos viver: The Lumineers - Sleep On The Floor "Cause if we don't leave this town/We might never make it out".

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